sexta-feira, 24 de junho de 2016

A MEDICINA NOS LIMITES DA CIÊNCIA.

 Aymoré Alvim, AMM, IHGM, ALL, APLAC.
              A Medicina foi e é antes de tudo Arte. Como Arte é amor, misericórdia, compaixão, solidariedade, altruísmo.      
             Como Ciência é fruto da observação, da experimentação e de testes de certificação de probabilidade de erros.
            Na dimensão da Arte, a sua ação é ilimitada. Isto é, a sua ação vai além da dimensão biológica.
            Assim considerando, é sabido há algum tempo que a Medicina Convencional, praticada pelos médicos ocidentais restringe a sua ação ao plano biológico, não obstante, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já admitir que o organismo humano esteja estruturado por quatro planos; Biológico, Psíquico, Social e Espiritual.
            A luta desenvolvida pela Ciência, ao longo da primeira metade do século XX, para separar a Medicina da Religião, acabou por constatar os seus benéficos efeitos, na saúde humana, decorrentes de determinadas práticas ou sistemas que se convencionou chamá-los de Medicina Alternativa ou Complementar. Dentre essas condutas destacam-se a Espiritualidade e a Religiosidade com suas orações, preces, passes, banhos, meditações e outras.
            Embora sobejamente constatados que tais benefícios como a redução do estresse, da ansiedade e da depressão, o bem-estar psicológico, os positivos e protetores efeitos sobre a saúde cardiovascular decorrentes de melhor funcionamento do sistema imuno-endócrino e muitos outros, ainda há considerável número de céticos, principalmente, na classe médica, que condiciona a comprovação desses efeitos à luz da metodologia científica.
            A falta de uma educação religiosa, no seio familiar ou no ambiente escolar, e o materialismo (filosófico, não ideológico), que permeou os currículos dos cursos médicos, no Ocidente, fundamentados na concepção dualista filosófica Cartesiana e, na visão míope do Positivismo, são responsáveis pela resistência desses profissionais cuja credibilidade aprenderam a condicioná-la à certificação científica.
            Mas, como sabemos, a Ciência, produto da evolução intelectual do homem ao longo da sua história, como ele é também limitada.
            A Ciência está ligada à razão e nem tudo que é racional é digno de certeza, daí as mudanças de leis e postulados científicos ao longo do tempo.
            Já vimos, anteriormente, que na estrutura humana há plano, como o espiritual, que pelo menos, ate o momento, foge às certificações da Ciência.
            Estes pontos de vista podem ser ilustrados pela pequena história que segue:
            “Em certo dia, num Hospital daqui do Ocidente, um médico, como lhe era costume fazer, diariamente, se dirige à enfermaria onde trabalhava.
            Pega os prontuários dos seus pacientes e dá início às visitas, passando pelo leito de cada um deles. Em dado momento, detém-se diante de um que se encontrava em estado terminal. Após fixá-lo por uns instantes sem dizer nada, quando ia se retirando:
            - Doutor, o que o senhor ainda pode fazer por mim?
            O médico parou, tornou a fixar os olhos nele, mas nada lhe disse, mesmo porque já não tinha mais nada a dize-lhe. Voltou-se e foi embora mergulhado na sua frustração e deixando o seu paciente em grande desespero ante a expectativa inexorável da sua finitude.
            Será mesmo que nada mais tinha a fazer?
            Claro que havia e muito. Mas não sabia. Não fora preparado para ir além dos limites da Ciência. O conhecimento que detinha estava esgotado, como um dia de esgotará tudo que do homem procede.




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