Aymoré Alvim, AMM, IHGM, ALL, APLAC.
A Medicina foi e é antes de tudo
Arte. Como Arte é amor, misericórdia, compaixão, solidariedade, altruísmo.
Como Ciência é fruto da
observação, da experimentação e de testes de certificação de probabilidade de
erros.
Na dimensão da Arte, a sua ação é
ilimitada. Isto é, a sua ação vai além da dimensão biológica.
Assim considerando, é sabido há
algum tempo que a Medicina Convencional, praticada pelos médicos ocidentais
restringe a sua ação ao plano biológico, não obstante, a Organização Mundial de
Saúde (OMS) já admitir que o organismo humano esteja estruturado por quatro
planos; Biológico, Psíquico, Social e Espiritual.
A luta desenvolvida pela Ciência, ao
longo da primeira metade do século XX, para separar a Medicina da Religião,
acabou por constatar os seus benéficos efeitos, na saúde humana, decorrentes de
determinadas práticas ou sistemas que se convencionou chamá-los de Medicina
Alternativa ou Complementar. Dentre essas condutas destacam-se a
Espiritualidade e a Religiosidade com suas orações, preces, passes, banhos,
meditações e outras.
Embora sobejamente constatados que
tais benefícios como a redução do estresse, da ansiedade e da depressão, o
bem-estar psicológico, os positivos e protetores efeitos sobre a saúde
cardiovascular decorrentes de melhor funcionamento do sistema imuno-endócrino e
muitos outros, ainda há considerável número de céticos, principalmente, na
classe médica, que condiciona a comprovação desses efeitos à luz da metodologia
científica.
A falta de uma educação religiosa,
no seio familiar ou no ambiente escolar, e o materialismo (filosófico, não
ideológico), que permeou os currículos dos cursos médicos, no Ocidente, fundamentados
na concepção dualista filosófica Cartesiana e, na visão míope do Positivismo,
são responsáveis pela resistência desses profissionais cuja credibilidade
aprenderam a condicioná-la à certificação científica.
Mas, como sabemos, a Ciência, produto
da evolução intelectual do homem ao longo da sua história, como ele é também
limitada.
A Ciência está ligada à razão e nem
tudo que é racional é digno de certeza, daí as mudanças de leis e postulados
científicos ao longo do tempo.
Já vimos, anteriormente, que na
estrutura humana há plano, como o espiritual, que pelo menos, ate o momento,
foge às certificações da Ciência.
Estes pontos de vista podem ser
ilustrados pela pequena história que segue:
“Em certo dia, num Hospital daqui do
Ocidente, um médico, como lhe era costume fazer, diariamente, se dirige à
enfermaria onde trabalhava.
Pega os prontuários dos seus
pacientes e dá início às visitas, passando pelo leito de cada um deles. Em dado
momento, detém-se diante de um que se encontrava em estado terminal. Após fixá-lo
por uns instantes sem dizer nada, quando ia se retirando:
- Doutor, o que o senhor ainda pode
fazer por mim?
O médico parou, tornou a fixar os
olhos nele, mas nada lhe disse, mesmo porque já não tinha mais nada a dize-lhe.
Voltou-se e foi embora mergulhado na sua frustração e deixando o seu paciente
em grande desespero ante a expectativa inexorável da sua finitude.
Será mesmo que nada mais tinha a
fazer?
Claro que havia e muito. Mas não
sabia. Não fora preparado para ir além dos limites da Ciência. O conhecimento
que detinha estava esgotado, como um dia de esgotará tudo que do homem procede.